Desfile Animale - Primavera/Verão 2011/2012

A Animale trouxe o balanço das águas da Côte d’Azur (em português Costa Azul, litoral francês) para a Primavera Verão 2011 2012 que abriu o primeiro dia de desfiles do São Paulo Fashion Week (SPFW), 13 de junho. Encabeçada por Priscilla Darolt, a grife trabalhou a leveza como ponto de partida, que também se estabeleceu nas cores dispostas em uma alfaiataria confortável.

A Animale, que estreou no evento de moda paulistano em 2008, manteve o foco na mulher independente que têm consciência de sua sensualidade - reconfigurada nas ultimas coleções da marca -; refletida de forma arquitetada nas peças, na disposição das transparências, nos brilhos que as intercalavam e na sutileza da cartela de cores.

A costa francesa Côte d’Azur foi base para o trabalho engenhoso de Priscilla Darolt, principalmente no uso de transparências que revelaram o corpo sutilmente, compondo uma sensualidade arquitetada e convidativa. A coleção foi desenvolta com recortes estratégicos formando golas V profundas, cavas com formas geométricas e suspensas pelo ombro, mangas e bainhas assimétricas, além de fitas de organza dispostas o longo dos modelos. Cada detalhe contribuiu dando movimento à seda bordada com paetês e pequenas flores metalizadas.

A Animale elaborou uma alfaiataria confortável, desprendida do corpo - como demanda a estação – em pantalonas com recortes, macacões, shorts amplos e vestidos soltos à altura do joelho. Entre os tops prevaleceu o comprimento cropped, principalmente nas jaquetas de couro, blazers e camisas, também de bainha assimétrica, mais longa na parte traseira. Ademais a assimetria entrou na coleção Primavera Verão 2011 2012 como um jogo de releva e esconde transparências.

Priscilla Darolt utilizou a técnica mix and match e fez uma miscelânea de materiais meio à leveza dos tecidos de seda (gaze e linho), como o couro, jeans e o crochê. A mistura de materiais trabalhados de forma suave nas peças promoveram uma coleção extremamente feminina de delicadeza marcante. O couro apareceu na alfaiataria com azul Klein, branco e violeta, tanto na cor, quanto na flor que estampava sua versão resinada.

O jeans também compôs peças de alfaiataria, seguindo a proposta leve da coleção, inclusive no efeito desgastado e na lavagem délavé, tendência disseminada nos desfiles do Fashion Rio Primavera Verão 2011 2012, vide 2nd Floor. A tendência do uso de artesanato nas coleções de Verão - difundida no Minas Trend Preview – também apareceu na Animale; em bordados nas camisas transparentes e no vestido de crochê vazado.

A suavidade envolvente das peças também esteve presente no styling do desfile, assinado por Luis Fiod, sem grandes arranjos, reiterando a leveza da coleção e deixando que as construções de Priscilla Darolt transmitissem sozinhas o conceito da coleção. O único acessório que acompanhou o desfile foi a sandália de couro e tecido ou este ultimo com trançado de palha; cheio de recortes, em tons de azul, cinza e roxo.

Apesar da simplicidade que compôs o desfile, Max Weber trouxe para a beleza da Animale o efeito de pele lisinha, com fitas e elásticos esticando a têmpora. Além de batom clarinho de efeito matte, cílios marcados e bochechas pouco coradas.

O trabalho de Priscila Darolt extraiu o melhor da Animale: a modelagem disposta de forma engenhosa – em uma coleção leve e sofisticada, laborando a sensualidade de forma tênue.

Fonte: Portais da Moda