Ecoando no centenário Instituto Superior de Educação do Rio de Janeiro, pode-se ouvir uma versão feita exclusivamente para a ocasião da “Rosa de Hiroshima”, a canção de Vinícius de Moraes foi interpretada por um coral de crianças, criando juntamente com a carga histórica que o local preserva, uma atmosfera singular de valor especial.
Com um mix de notas árabes e um tom oriental – evidente nas padronagens – a coleção Walter Rodrigues teve como resultado peças com um apelo emocional muito forte. O designer primou por uma apresentação que envolvesse o observador e pudesse transportá-lo para um mundo novo, somente dele.
Longos chapéus, a maciça presença da alfaiataria e a cartela de cores pautaram o desfile da grife, além dos tecidos e dos adereços que se combinaram em uma alquimia perfeita transmitindo para as peças uma pegada urbana.
A silhueta lânguida marcou as modelos orientais urbanas de Rodrigues, que lançou mão da alfaiataria - que pode ser considerado o carro-chefe de sua coleção – e surgem em amplas calças nos modelos pantalonas e de corte reto que vieram um a barra mais curta; blazers cropped, vestidos levemente acinturados, capas e vestidos com inspiração urban wear dando assim um novo perfume as peças antes tidas como clássicas.
Acentuando os looks negros, o branco veio na paleta para quebrar a monocrômia do desfile através das estampas que sinalizavam símbolos do horóscopo chinês e em padronagens de listras, criando assim um efeito óptico em tecidos confortáveis e que ajudaram a enfrentar as temperaturas amenas da estação mais gélida do ano como uma versão sofisticada do moletom, tricô e texturas matelassadas, Rodrigues primou pela simplicidade entorno dos detalhes, assim deixando o foco principal para o contexto e a proposta para coleção de Inverno da grife.
A modelagem ampla foi marca registrada do desfile podendo ser notada em vestidos, saias, calças, casacos e coletes, sendo também o volume figurinha carimbada em peças através de camadas de babados e drapeados, agregando sofisticação a uma coleção com a proposta de uma moda para as ruas, essa ficando evidente em sobreposições e nos calçados que vinham em versões estilizada das papetes e nas botas de cano médio com detalhes no mesmo.
Chamando atenção, os chapéus de feltro em tons de marrom entraram em cena, esse acessório que teve origem ao serem usados pelos Dervixes - uma especial de monge árabes peregrinos - deram uma peculiaridade aos looks com essa ponte aérea feita conectando o Fashion Business com o mundo mulçumano. Dando ares urbanos à coleção, os zíperes surgem para aproximar a moda apresentada nas passarelas como a usada no dia a dia por consumidores em potencial.
A conexão Fashion Rio e o mundo particular de Walter Rodrigues passeou livremente pelo desfile da marca e ficou nítida nas peças que aliaram um contexto histórico com uma pegada urbana, tendo como resultado uma coleção com a cara do designer.
Fonte: Portais da Moda
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