Assim, Melk recorre novamente às suas raízes e retrata as imagens paradisíacas do lugar através de um olhar obscuro, enaltecendo suas riquezas e seus mistérios. Nela, o imaginário popular ganha força na lendária mulher “sobrenatural”, a“Alamoa” que, com sua beleza atrai e seduz os homens para depois se transformar em esqueleto e os perturbar. Esse fruto do fictício, a imaginação aventuresca humana, ao contrário da Filhas da Gaia, produz um mistério tênue e a sedução ganha ares de encanto.
Tudo isso, é claro, parte para o concreto, alicerçado na modelagem seca, nos recortes geométricos e no trabalho artesanal, conseguido por uma parceria do designer com as costureiras da região da ilha. Melk diz que ele queria conhecer mais da ilha e suas histórias e não apenas transpor a visão paradisíaca que todos conhecem de Fernando de Noronha.
A preferência de Melk por criações conceituais revela-se bastante clara nessa estação. Os looks surgem com inúmeras miscelâneas de texturas, com modelagens amplas e volumosas e materiais inesperados, como os cabelos sintéticos. Já os ombros deslocados tornam-se artifício para construções pitorescas e a cintura bem marcada enfatiza a feminilidade e o poder da sedução. Os volumes arquitetônicos e elaborados, outra importante característica da marca Melk Z-Da, revelam-se ainda mais extremos na temporada Outono/Inverno 2011 e prometem peças para a moda feminina.
Boas experimentações, cores marcantes como o amarelo, o turquesa e o coral foram mixados em looks inesperadamente harmoniosos. No geral as peças combinavam entre si, mas poderiam ser usadas separadamente como peça comercial. O efeito vazado e a transparência parecem ser as maiores apostas do inverno, dando efeitos únicos e valorizando cortes mais limpos.
Aliado ao trabalho estrutural dos looks, Melk traz o que ele sabe fazer muito bem! Um primoroso trabalho artesanal, aplicado em cabelos sintéticos por vezes tingidos de azul ou preto, elaborados com grampo em volumosos casacos ou detalhes de cintos e vestidos.
O cabelo substituía efeitos geralmente conseguidos com a pluma, material chave das coleções de inverno européias. O rústico torna-se praticamente indispensável no efeito conquistado por lãs e feltros, que eram enriquecidos por transparências criando contrastes de idéias.
A mescla entre os gêneros feminino e masculino foi celebrada por meio de peças em veludo, organza de seda, tafetá cristal e cetim light. Esta é outra forte e evidente vertente que promete ganhar as ruas na temporada outono/inverno 2011.
Falar de Fernando de Noronha é dirigir-se a uma riqueza natural pouco explorada pelo homem. Na cartela de cores, passeando pela ilha, retratos das belezas naturais: Da areia das praias, surge o tom nude; as pedras emprestam sua cor para criar o cinza; o azul, simbolizando o oceano, surge na imensidão; o preto revela o tom de algumas aves; o amarelo sinaliza uma mancha de cardume e o coral acende, no decorrer do desfile.
Coletes, vestidos curtos, barras desfiadas e tecidos cheios de texturas, volumes e materiais sintéticos: o experimentalismo obscuro da Melk Z-Da brinca com o folclore, com a sedução e com o desconhecido, trazendo para o inverno 2011 uma coleção irreverente e singular.
Fonte: Portais da Moda
A coleção bem colorida para os 'padroes' do inverno ne? Bjoooos
ResponderExcluirGostei mais dos looks monocromáticos ;)
ResponderExcluirbjs das sister's
Ligada nos desfiles! Tô conferindo tudo tb!
ResponderExcluirBeijo
Raquel Melo
http://caixinhadesurpresa.blogspot.com
já gostei mais dela! não gostei das coisas penduradas, achei um pouco over! mas os shapes são interessantes!
ResponderExcluirbeijoos, querida!